Nessa “onda verde”, algumas ruas de Londres estão sendo pintadas nesta cor para sinalizar suas ciclovias. Isso mesmo, uma parte do asfalto que era negro ganha agora uma camada de cor verde com símbolos de bicicletas indicando que ali é uma ciclovia destinada a veículos de duas rodas não motorizados. Ou seja, a moto nesse espaço não tem vez!
E quem ganha com isso? A população é claro. Mais bicicletas implica em menos carros nas ruas, que induz consumir menos combustíveis fósseis e, portanto, nos presenteando com um ar menos poluído. Ou seja, mais bicicletas quer dizer também que há mais gente praticando exercícios e menos gente nos hospitais por causa de problemas cardiovasculares.
O próprio autor destas linhas não só optou por este tipo de transporte para o seu dia a dia, como também foi trabalhar numa empresa que faz entregas e que usa a bicicleta como meio de transporte; aqui conhecido como "pushbiker courier". Agora, para ser ter "ruas verdes", é preciso ter planejamento e uma boa educação. Mais ciclovias em cidades não planejadas implica em menos espaços para carros ou para pedestres. Implica também em designar áreas para o estacionamentos das bicicletas. Então o que poderemos esperar de cidades, como Montes Claros, onde carros estacionam em passeios destinados a pedestres? Será que estaremos preparados para respeitar as ciclovias, ou melhor dizendo, as pessoas que decidiram usar este meio de transporte não poluente?
Penso que antes de qualquer planejamento, o mais importante seria focarmos na boa educação. Um pedestre tem que saber que deve atravessar a rua sobre a faixa devidamente designada para tal e os condutores dos veículos tem que saber que devem respeitar o pedestre que atravessa essa faixa. Me veio agora à memória fatos que observei no Japão, onde a educação no trânsito começava a ser ensinada no jardim de infância e lembro-me do quanto ficava admirado ao ver criancinhas de aproximadamente 5 anos de idade indo para a escola sozinhas. Essas crianças quando queriam atravessar uma rua ou avenida, mesmo que não tivesse semáforos ou faixa de pedestres, elas podiam erguer o braço ou levantar uma bandeirinha que os carros simplesmente paravam. E após os carros pararem, elas atravessavam a rua permanecendo com a mão ou com a bandeira estendida para o alto até o outro lado e chegando lá paravam para agradecer os carros que haviam lhe cedido a preferência. Elas curvavam-se para frente no tradicional gesto de agradecimento dos japoneses e diziam arigatoo. Portanto, sejamos educados e nos respeitemos mutuamente. E já que é uma tendencia mundial que bicicletas se tornem cada vez mais o meio de transporte preferido das cidades que sofrem problemas de congestionamentos, criemos então mais "ruas verdes" e eduquemos nossos pedestres, ciclistas e condutores para um transito mais harmonioso e pacífico.