Recentemente, em Montes Claros, houve mais um crime bárbaro, que chocou não somente os familiares da vítima, mas também seus colegas, amigos e todos os seres de bem, que prezam e amam a vida. Desta vez, mais uma vida inocente foi ceifada, sujando de sangue, não apenas as mãos e a honra do criminoso que a matou, mas, também, o solo de uma cidade que um dia, num passado não muito distante, foi considerada pacata, de acordo com as dignas e sábias palavras de duas escritoras deste mural, Raquel Souto Chaves e Ruth Tupinambá.
Há pouco mais de um ano (msg. 67648 de 06/06/2011), fiz uma comparação entre os assassinatos ocorridos em Montes Claros e Londres. Na comparação, ressaltei que, se Montes Claros adotasse medidas de combate à violência, como ocorre aqui em Londres, provavelmente a cidade não chegaria a 10 (dez) assassinatos por ano. Procurei alertar sobre a epidemia que vem afetando a cidade de Montes Claros e que medidas urgentes e drásticas, precisavam ser tomadas. Mas infelizmente pouco ou nada foi feito de lá para cá e Montes Claros, continua, ano após ano, batendo recordes de violência.
A cidade de Montes Claros está doente. Como uma cidade é constituída por seres humanos, podemos concluir que, ao menos, parte da população esteja doente também. A cidade é um organismo vivo. E como todo organismo vivo, a parte saudável deve lutar para combater, para curar, a parte que está enferma. Se a doença se alastra, pode representar o aniquilamento do organismo vivo por completo. Essa doença, no caso que envolve os assassinatos, não é uma doença física, ainda que, Montes Claros, tenha vários problemas físicos. Mas Montes Claros padece de doença mental ou doença moral. Como disse Luiz de Mattos, a doença mental seria "de todos os males que afligem a humanidade, o mais terrível, pelos seus efeitos, o que mais concorre para a desgraça das nações" (Mattos, 27 mar. 1917). E quase um século depois, ainda conhecemos seus tristes e trágicos efeitos.
O mal se alastra, proporcionalmente, na medida que o vamos alimentando. Dai ser certo o ditado que diz que “é preciso cortar o mal pela raiz”. Mas poucos sabem qual seja a raiz da doença mental ou da falta de moral. Desconhecendo a causa, não há terapêutica eficaz que possa combater tais problemas. Todas as medidas se tornam paliativas, quando não se conhece a origem, o cerne, dos problemas. Reparem na própria Natureza, ela pode nos dar pistas magníficas de como combater esse problema. Todos devemos ser partícipes dessa luta. Devemos impedir que o mal se alastre, tal qual um corpo reage contra alguma doença. O melhor antídoto para o mal é o bem, assim como o melhor antídoto para a mentira é a verdade.
Vejo muita mentira, hoje em dia, circulando pela internet e especialmente nas redes sociais, como o Facebook. As vezes uma mentira, de tão massivamente que foi divulgada, parece ter contornos de verdade. A violência, de tão divulgada e difundida, já parece algo normal para uma grande maioria. Parece ser normal o fato de Montes Claros ter todos os anos, como nos anos recentes, mais de 100 (cem) assassinatos. Mas isso não é nada normal! Sempre foi meu intento querer alertar, de que não poderíamos ficar passíveis, inertes, pelo simples fato de que os assassinatos que vêm ocorrendo em Montes Claros, sejam frutos do tráfico de drogas, ou de pessoas que já tiveram passagem pela polícia. E o porquê disso? Porque na verdade, a mensagem que estamos entregando para o mundo, que nos assiste, é a de que “se você quiser manifestar seus sentimentos mais animalizados, então venha para Montes Claros”. Não é à toa que a própria população, acabe criando apelidos pejorativos como “triangulo da impunidade” ou “cidade sem lei”.
Queria fazer um apelo, mais uma vez, às pessoas de bem, para que passem a divulgar as belas coisas da nossa cidade e que combatam com veemência os atos indignos, vergonhosos, imorais. Que não se calem diante dos acontecimentos. Que exijam respostas concretas e que não aceitem ladainhas como respostas. Tenho certeza que, em pouco tempo, os malfeitores se sentirão tão incomodados que, ou procurarão remodelar-se ou procurarão outras bandas para praticarem seus crimes e delitos, quando souberem que em Montes Claros, impera a lei, a ordem, a paz, os bons costumes e a boa moral. Portanto, cabe a todos os cidadãos de bem, difundir o bem como método eficaz para combater o mal.