Hoje em dia o trânsito é um vilão nas cidades de médio e grande porte, salvo raras exceções. Tudo isso é porque as cidades foram e devem ser planejadas para as pessoas, não para os carros. As ruas do centro de Montes Claros, por exemplo, têm as mesmas larguras de 100 anos atrás quando nelas ainda circulavam, pessoas à cavalo ou em carros de boi. Com o progresso, aumentam-se o número de carros mas não se vão enlarguecendo as ruas. Conclusão, ficamos estressados ao volante.
O carro neste caso, deixa de ser um veículo de transporte e passa a virar uma arma. Pessoas dentro de um carro são capazes de mostrar um comportamento completamente agressivo, ficam mais valentes ou mais covardes. Assim como àqueles com arma em punho. Dentro de um carro, somos capazes de matar ou morrer.
Soluções encontradas nas metrópoles “evoluídas” foram: fechar ruas para os pedestres, favorecendo assim mais ao comércio local; criar ciclovias, que em muitos casos são restringir ou até mesmo proibir a circulação de outros veículos motorizados; aumentar e melhorar o transporte público e investir na reeducação dos motoristas. Precisamente nesta ordem.
Portanto, aquele ou aquela que compra uma bicicleta, está comprando um veículo do futuro. Economizando assim muito dinheiro, com gasolina, estacionamento, IPVA, peças de manutenção, mecânico, etc. Além de estar contribuindo para o futuro do nosso planeta, não poluindo, acaba contribuindo também para a sua própria saúde física e porque não dizer também para a sua saúde mental, por que não haverá mais o estresse de dirigir ou pilotar.
E para finalizar gostaria de comentar duas coisas: a primeira é que no Japão educação viária começa aos 4 anos de idade. E lembro-me de um fato que repetia constantemente e que sempre me marcou, foi ao ver as crianças japoneses querendo atravessar uma avenida movimentada, ela estende o braço com a mão para o alto, ai de repente todos os carros de ambos sentidos param, ela atravessa a rua e ao chegar ao outro lado, abaixa a mão e se curva, fazendo a reverência japonesa de agradecimento. E a segunda é que o autor desta crônica, hoje trabalha como “pushbiker courier” ou seja, faz entregas pedalando uma bicicleta e percorre todos os dias da semana aproximadamente 70km pelas ruas de Londres e a minha saúde agradece. Pense nisso Thaís.
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