Montesclareou: Serra do Mel: a nova Ordos da China?!

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Serra do Mel: a nova Ordos da China?!

Se estivesse que escolher a palavra da semana do jornal montesclaros.com, com certeza seria: sustentabilidade. Palavra da moda hoje em dia, mas que infelizmente poucos sabem o que é ser sustentável. Então recorrendo-me à grande enciclopédia online (Wikipédia) encontramos o seguinte: O princípio da sustentabilidade aplica-se a um único empreendimento, a uma pequena comunidade (a exemplo das ecovilas), até o planeta inteiro. Para que um empreendimento humano seja considerado sustentável, é preciso que seja: ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso.

Portanto, falhando em um ou mais aspectos citados acima, qualquer empreendimento deixaria de ser sustentável. E é o que parece ser o caso da Serra do Mel. Na verdade, pessoalmente falando, tenho dúvidas se preencheria algum dos quatro itens acima, no que se trata desta específica localização. Caberá a população decidir, como decidiu anteriormente contra a construção de um gigantesco templo evangélico. Mas felizmente para a população e infelizmente para alguns interesses próprios e políticos, temos pessoas de grande envergadura moral como é o caso de Waldyr Senna, Luiz Ortiga, Ruth Tupinambá e o recente comentarista Paulo Ribeiro, da Fundação Darcy Ribeiro. Isso só para citar alguns.

Mas e se aqueles interesses, contrários aos interesses da população, saírem vencedores? Uma derrota para a população! Um descaso com as gerações futuras! Deixaremos às próximas gerações uma conta alta a ser paga. O problema é que nem todos os empresários ainda não se deram conta da transformação que vem ocorrendo com estas novas gerações, que graças à internet são bem informadas e se mobilizam com maior facilidade. E é justamente esta nova geração, talvez os possíveis consumidores destes novos projetos. Possíveis consumidores ou não, como vêm ocorrendo na cidade “fantasma” de Ordos, China.

Ordos foi uma cidade projetada para ser ocupada por um milhão de pessoas. Está praticamente toda construída, tem várias infraestruturas. Mas falta o principal, pessoas para viverem lá. Ninguém quer morar nesta cidade. O que faz de Ordos a maior cidade fantasma do futuro. Será que queremos o mesmo para a nossa Serra do Mel e Serra da Sapucaia? Já pensou se o fenômeno se repete aqui? Se China tem uma cidade fantasma, porque o Brasil não poderia ter também o seu bairro ou cidade fantasma? Não fazemos parte do Bric? E porque não em Montes Claros? Assim já iríamos ganhando mais projeção para o cenário da copa do mundo.

                                 MICHAEL CHRISTOPHER BROWN FOR TIME
                                 MICHAEL CHRISTOPHER BROWN FOR TIME
                                           MICHAEL CHRISTOPHER BROWN FOR TIME

Um comentário:

  1. Caro muralista Marden Carvalho,
    Sobre a mensagem 67975, as empresas Construtora Caparaó e Patrimar Engenharia vêm a público esclarecer que:

    1) Não há, no nosso pré-projeto em estudo, a previsão de qualquer construção na encosta da Serra do Mel. O empreendimento será em uma área de chapada após a encosta, mesmo assim após longo recuo, como já explicamos aqui mesmo neste espaço.

    2) O pré-projeto preenche os requisitos por você relacionados. Ele é ecologicamente correto, pois seguirá todas as condições legais e ambientais obrigatórias; é economicamente viável, pois contribuirá para o desenvolvimento planejado e sustentável de Montes Claros; é socialmente justo, pois permitirá a comunidades tradicionais localizadas após a encosta da serra, como a de Palmito, benefícios como tratamento de água e esgoto, além de oferecer à população um parque de uso público, em um terreno que hoje é propriedade particular; e também é culturalmente diverso, pois vai garantir a preservação completa de toda e qualquer ocupação tradicional existente no local.

    3) O pré-projeto não tem nenhuma relação de semelhança com o do templo que seria construído na Serra do Mel. O templo estava projetado para o pé da encosta. E o pré-projeto em estudo, reiterando, não prevê qualquer tipo de construção na encosta, pelo contrário, garante a sua preservação integral.

    4) Entendemos e incentivamos a preocupação das pessoas com o meio ambiente. Consideramos essa postura como absolutamente fundamental. Sabemos que, neste caso específico de que estamos tratando, a preocupação é fruto do desconhecimento de parte da comunidade sobre o pré-projeto, cujas imagens e análises colocamos à disposição de todos.

    Atenciosamente,
    MARCELO MARTINS
    Diretor de Marketing
    Patrimar Engenharia

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