Venho ultimamente acompanhando certas notícias de Montes Claros através do grupo Ocupa a Câmera – Montes Claros, no Facebook, e pelo que venho observando parece que se estabeleceu uma espécie de guerra na saúde, envolvendo os hospitais de Montes Claros e a Prefeitura. O pior de tudo neste tipo de guerra, é que é o povo quem mais sofre, as vezes pagando com a própria vida, já que muitos não podem nem sequer pagar uma consulta ou tratamento particular.
Um outro participante deste grupo e que é também vereador de Montes Claros, Eduardo Madureira, publicou o link de um vídeo sobre a rejeição do pedido de investigação de improbidade administrativa que investigaria o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz. Eduardo Madureira chegou a fazer a seguinte pergunta: “Porque a maioria dos vereadores não querem a investigação, prestando um desserviço à população montesclarense?” Acreditamos que seria interessante que maiores esclarecimentos fossem dados à população de Montes Claros.
Mas algumas coisas me chamaram a atenção em relação ao vídeo. Estaria o prefeito, Ruy Muniz, totalmente equivocado? Pergunto: estaria ele agindo fora da lei? Se ele tem respaldo na lei para fazer o que vem fazendo então deveríamos passar a olhar pelo o outro foco da nossa “lente de observação”. Vou tentar fazer isso agora, mas primeiramente vou limpar os dois lados da minha lente da imparcialidade, a fim de tentar poder enxergar as coisas de forma mais clara e melhor.
Não é de hoje que têm havido denúncias contra as indústrias farmacêuticas, mas recentemente várias destas denúncias têm conseguido ganhar maior destaque ao redor do mundo. Uma das pessoas que vem fazendo denúncias contra a má ciência, os maus médicos, a má saúde pública e os esquemas bilionários que envolvem as indústrias farmacêuticas é o escritor e psiquiatra britânico Ben Goldacre. Ele é autor do livro “Bad Science”, que em português do Brasil foi traduzido para “Ciência Picareta”. Foi ele também o autor da palestra “O que os médicos não sabem sobre as drogas que prescrevem” realizada pela TEDMED. Este vídeo, traduzido em português, estará no final deste artigo.
Portanto, se na indústria farmacêutica as pesquisas realizadas têm como critério o lucro e não a saúde, será que não é hora de perguntarmos se o poder desta indústria não estaria também infestando os hospitais de Montes Claros, comprando e corrompendo médicos e diretores de hospitais, e assim contribuindo para agravar ainda mais a já precária saúde do povo norte mineiro?
Penso que a população deve ficar também atenta para este fato que acabo de relatar. Se a saúde está precária para o povo, pode ser sim que recursos estejam sendo desviados por esquemas envolvendo nossos políticos. O que não seria nenhuma novidade. Mas também pode ser que o mau serviço se dê também por parte de esquemas de suborno que certos médicos e diretores de hospitais estejam se submetendo. A saúde, ou melhor a falta dela, já virou um negócio muito lucrativo. E é preciso que acabemos com esta praga que nos tem ceifado muitas vidas.
As investigações devem continuar pelo bem da população. Nesta altura do campeonato o que não pode haver é um abafamento do caso, como geralmente costuma acontecer quando se mexe muito na carniça e o cheiro costuma “apestar” longe, que no bom português significa feder além da conta. Caso a saúde para a população mais carente não melhorar e também não for falado mais nessa polêmica, então é porque provavelmente existe ai um forte indício de que houve algum tipo de acordo de camaradagem, e que é, claro, um acordo desleal para a população.
No final do vídeo, indicado por Eduardo Madureira, a apresentadora do jornal disse que “segundo a assessoria da Prefeitura, os recursos não estariam sendo repassados porque os hospitais não estão cumprindo os contratos com o município” e no entanto, quando a equipe da mesma reportagem procurou o responsável da Santa Casa para falar sobre o caso, a assessoria do hospital disse que “o responsável não se encontrava na cidade para comentar sobre o assunto”.
Seria bom que a saúde pudesse voltar a reinar de forma soberana nos hospitais e nos postos de saúde de Montes Claros, nem que para isso fosse preciso ser expulsos prefeitos, vereadores, deputados, enfermeiros, farmacêuticos, médicos, diretores de hospitais e o pessoal, também sem escrúpulo algum, das indústrias farmacêuticas. A ferida foi aberta e apenas estou colocando um dedo nela. Espero que a população continue revirando esse assunto, para que o vento possa espalhar o mal cheiro e somente assim é que poderemos localizar e enterrar de vez essa “carniça” que está incomodando e matando o povo de bem e a população mais carente de Montes Claros.