Montesclareou: agosto 2008

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sábado, 23 de agosto de 2008

Dizimo

Confesso que nao tive uma formacao religiosa e devido a isso, me custava entender o significado da palavra dizimo. Normalmente associamos o dizimo a alguma instituicao religiosa, mas na realidade o dizimo tambem era cobrado por alguns reis da antiguidade, normalmente em forma de producao ou colheita.

Mas olhando mais remotamente ainda, constatamos que entre os babilonicos (entre 3.800ac a 500ac) era comum esta pratica, so que porem de uma forma mais cientifica, o que os levaram a ser a maior nacao daqueles tempos. Um verdadeiro e cobicado centro comercial. Seus metodos utilizados, hoje estudado pelos mais modernos administradores, economistas e investidores, sao sem sombra de duvida de grande ajuda para quem quer usufruir de um maior poder de compra e nao viver mais no vermelho.

Dizimo significa a decima parte. E o metodo a ser utizado eh este: "pague a voce primeiro". Separe a decima parte do que voce ganha ( 10% ), nao importando o quanto voce ganha, e pague a voce primeiro. Reserve esse dinheiro. O importante eh nao tocar neste dinheiro durante um periodo de tempo. Temos que aprender a pensar no longo prazo. Trace um objetivo e seja fiel a ele. Faca isso ate de forma religiosa se for o caso e nao interrompa antes que o seu objetivo tracado seja alcancado.

E muitos perguntariam: Como poderia tirar 10% do que ganho, se com o que ganho mal chego ao fim do mes? Nao existe uma formula unica, cada um tera que descobrir a sua formula de economizar. Mas se separar primeiramente essa decima parte e pagar a voce mesmo, veras que chegara ao final do mes igualmente que antes. Mas com uma excecao, a semente de sua arvore futura foi plantada, o que te ira proporcionar bons frutos futuramente.

Um pais prospero, depende e muito da prosperidade individual de cada um de seu povo. Vejo que o Brasil ira passar por uma boa fase nos anos que se seguem (e Montes Claros nao pode ficar de fora deste cenario otimista). Entao o momento de se comecar eh hoje, agora mesmo. Nao deixe para amanha. Plante hoje o que se ira colher amanha. Pague a voce mesmo o seu dizimo, antes mesmo de pagar as suas outras despesas.

Normalmente nos paises frios de clima, a chegada da primavera e do verao eh um momento de muito regozijo e muitas festas, muita alegria. Mas o que aconteceria com um campones que diante tanta alegria vivida nesses dias ensolarados se esquecesse de guardar suas provisoes para os dias frios, quando o inverno trazendo a neve adentrasse em suas vilas e casas?

Sejamos economicos! Aprendamos a investir! E assim seremos prosperos!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Montesclarense morto em Portugal

Nao podemos acreditar que o montes-clarense morto em Portugal foi vitima so por ser brasileiro e meus 6 anos vividos ali me da um certo respaldo para dizer isso com acertividade. Por isso transcrevo o texto abaixo, enviado por um amigo que vive em Portugal. Texto extraido do jornal eletronico portugalnoticias.com.

Exmº Senhor

Nilton Souza

Distinto Sequestrador

Não tive o prazer de o conhecer antes de o Sr. ter levado um tiro certeiro da polícia, quando atentava contra a liberdade da minha vizinha Cristina, gerente do pequeno escritório do BES na Rua Marquês de Fronteira.

Se o tivesse conhecido - sobretudo no mais profundo do seu íntimo - tê-lo-ia felicitado, previamente ao ocorrido, pelo arrojo e pelo destemor que demonstrou e que todo o Portugal viu em directo e a cores.

O Sr. era um bandido; mas todos vimos que era um bandido com coragem e com ética, disposto a levar o seu projecto até às últimas consequências. Todos esperamos, durante horas, que o Sr. pudesse ser um fraco e que vacilasse perante as propostas que lhe foram apresentadas pelos mediadores; mas cedo começamos a concluir que, conforme tudo indicava, você estaria disposto a combater até ao fim, até à última gota de sangue.

Todos sabemos que um bandido a sério não negoceia nem se rende. Ou vence ou morre...

É pena que o Sr. não tenha tido a consciência de que o poderiam levar a sério, como tem que ser levado a sério qualquer cidadão que, com uma miserável pistola de calibre 6,35, tem a coragem de enfrentar uma força policia de mais de 150 homens, equipada com o mais sofisticado equipamento.

Claro que o seu direito à vida é um direito fundamental e que todos nós respeitamos esse direito.

Fomos milhões a torcer por si naqueles minutos em que nos provocou a todos, desejando que, ao ver o que esperava, tivesse a coragem de ser humilde e de se render.

Todos torcemos para que fosse possível sair daquele impasse sem perda de vidas, para o que era exigível que você mandasse a sua ética à urtigas e se rendesse.

Bastaria que jogasse fora a sua pistola e levantasse os braços, para que nada lhe acontecesse e para que o bandido que você é se pudesse transformar numa espécie de herói.

Você, meu caro Nilson, não conseguiu gerir essa situação.

Provavelmente acreditou que um desses deuses, que se vendem em todas as esquinas do Brasil, iluminaria os mortais para que não o atingissem ou, se atingissem como atingiram, lhe garantiria a si, como compensação, pelo arrependimento íntimo, a vida eterna.

Não penso que vá para o inferno nem que um arrependimento íntimo de última hora o conduza ao imaginário dos céus.

O que sei é que, apesar de toda essa coragem, você morreu sem honra nem glória, aqui mesmo ao lado, prisioneiro de uma ética estúpida. Que eu saiba só está solidário consigo um palerma que, depois da sua morte, lhe explora a memória.

Esse palerma colocou hoje no local do seu hara-kiri uma coroa de flores em que se lê: «Nilton Souza - Morto nesta Agência por ser Brasileiro». É, obviamente, uma provocação, a não ser que se pretenda que interpretemos a mensagem como uma anedota.

Você, que conhece bem as anedotas que se contam dos portugueses no Brasil, sabe perfeitamente que nunca um português passaria pelo que você passou, pela simples razão de que se renderia.

Provavelmente isso também não aconteceria com um espanhol, um francês, um alemão... ou mesmo qualquer outro brasileiro, minimamente bem informado.

Na Europa todos respeitamos o direito a vida; mas respeitamos ainda mais a liberdade, sem a qual não vale a pena viver.

Essa indústria dos sequestros - que se afirma no quadro de uma exploração grotesta da conflitualidade de direitos fundamentais - não resultou deste lado do Atlântico. Você devia saber que, perante o risco de perda de uma vida (a sua ou a da sua refém) haveria muito mais probabilidades de você perder a sua do que a de ela perder a dela. E deveria. também, ter a noção de que o problema nada tinha a ver com a sua nacionalidade mas com o tempo.

Você não morreu por ser brasileiro, mas por insistir em encostar uma pistola à cabeça de uma pessoa que transformou em refém. Esse é o risco natural que qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade, corre se cometer facto idêntico.

O pateta que deixou na porta do banco uma coroa em sua memória deveria ter escrito: «Nilton Souza - Morto nesta Agência por ser um Bandido corajoso e parvo».

Felizmente, os brasileiros não têm nada a ver com isso.

Bem pelo contrário: muitos deles vêm para a Europa porque sabem que, aqui, quem ousar um sequestro, tem, provavelmente, o seu destino.

A coroa de flores que lhe ofereceram é uma homenagem xenófoba, que nos ofende a todos nós e que o ofende a si próprio.

Ofendem-nos a nós porque ninguém o quis matar por ser brasileiro. Teria ocorrido o mesmo se tivesse qualquer outra nacionalidade.

Ofendem-no a si porque nem sequer o deixam gozar, depois de morto, de uma experiência de internacionalização. Xenofobia pura, meu Caro Nilton.

Como você é, seguramente, crente e foi vítima de morte violenta, ercarne neles e vingue-se. Estão a dar cabo da sua imagem...

Sem rancor

Miguel Reis

domingo, 3 de agosto de 2008

Verde que te quero verde.

Nao sei ate que ponto eh verdade, mas ouvi dizer (ou melhor, li) que em Montes Claros querem acabar com mais uma praca da cidade, com suas lindas e verdes arvores e nela implantar as inertes e funebres arvores de concreto. Espero que nao seja verdade. Espero que a populacao nao deixe que isso ocorra.

Na cidade atual onde vivo, Londres, tem uma das maiores areas verdes mais bem cuidadas que eu ja tenho visto. Aqui aproximadamente 30% de sua area eh coberta por lugares abertos e publicos, que incluiu uns 145 parques e jardins. Sendo 8 deles, parques reais, ou seja que antigamente pertenciam aos monarcas ingleses e que com o desenvolvimento da populacao e crescimento urbano, foram abertos ao publico.

Aqui, como em Montes Claros, nao eh banhado pelo mar e a solucao encontrada foi preservar areas verdes, coisa que em Montes Claros querem fazer justamente o contrario. E essas areas verdes daqui sao muito bem cuidadas e preservadas. Podemos passear pelos parques na companhia de cervos, passaros silvestres, patos, gansos, cisnes, esquilos e inumeras arvores seculares, tudo isso na mais perfeita harmonia entre homem e natureza.

So para se ter uma ideia, no Richmond Park com seus 1000 hectares e no Bushy Park com seus 445 hectares, vivem cerca de 650 e 320 cervos respectivamente. Seria como se a populacao de Montes Claros tivesse outros 30 parques espalhados pela cidade, do porte dos parques municipal e sapucaia, so que bem mais cuidados e preservados. E que neles pudessemos passear livres e sem medo, na convivencia de passaros-pretos, sabias, canarios, sariemas, marrecos, tartarugas, saguis ("micos ou soim"), rapozas, lobos-guara e bicho preguica, dentre outros. Se deleitando das frondosas e frescas sombras dos ipes (roxos e amarelos), tucaneira, mangueiras, jacarandas. E de quando em vez, alimentando-se de frutos como a goiaba, jenipapo, jatoba, cagaita, carambola, pequi, mangaba, buriti e varios outros frutos.

Que os nossos governantes sejam conscientes disso, que saibam que o mais importante nao eh o quanto possam embolsar com o dinheiro publico e nem tao pouco as auto-entituladas obras que contenham seus nomes com letras garrafais, num mero gesto politiqueiro. O que importa sao as reais necessisades do povo e da sua prole, que constituira a geracao futura. E melhor que ter o seu proprio nome nas placas das obras eleitoreiras, seria ter esse nome lapidado e cravado nas mentes e coracoes da gente da sua gente. Tendo assim, seu nome passado de geracao em geracao, de boca em boca, sendo respeitado e admirado pelos governates futuros. Assim agem os verdadeiros politicos. Assim agem os verdadeiros homens de valor.