Montesclareou: janeiro 2010

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sábado, 16 de janeiro de 2010

Frases Simples

Os humildes, que nem sempre são iletrados, costumam de forma bem simples cunhar frases que cabem ao entendimento de todos. Então como explicar que pessoas ou um grupo delas se parecam umas com as outras, mesmo sendo externamente diferentes? Daí surgem expressões como: farinha do mesmo saco.

Frase que cabe perfeitamente aos nossos representantes políticos. A farinha está de tal forma mesclada, que fica dificil saber qual é qual. Ao provar da tal farinha, toda ela tem o mesmo gosto. Separadas, poderiam até ter sabores diferentes, mas juntas, viram farinha do mesmo saco. Mas alguém poderia dizer: farinha é tudo igual mesmo ou tem o mesmo sabor. Mas será que tal pessoa já ouviu falar ou já provou da farinha de Morro Alto?

E ai surge outra frase, como que uma complementando a outra: É pelos frutos que se conhece a árvore. Outro belo ditado popular. Mais uma vez, de forma bem simples, humildemente inculcado em todos os seres, este ditado fica de fácil entendimento até para quem nunca frequentou uma sala de aula. Qualquer campesino sabe perfeitamente que uma laranjeira (pé de laranja) só pode dar laranjas e dela não se pode esperar outros tipos de frutos.

Sendo assim, “cada um dá o que tem”. Portanto é quase em vão esperar bons frutos dos nossos atuais representantes. Escolhemos a árvore errada para deleitarmos sob sua sombra. Até que não saibamos escolher uma árvore robusta, frondosa e bem enraizada, só poderemos colher frutos como os que vimos colhendo até agora: frutos insípidos. Praça de Esportes, Urbanizaçao do centro da cidade para o melhoramento do trânsito, Desmatamento da Serra do Sapucaia, Carnaval em locais proibidos por lei e outros tantos frutos que provamos e que ainda iremos provar, como bem retratou Waldyr Senna Batista em sua crônica “bala na agulha” de 08/01/2010 publicada aqui no montesclaros.com.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ozimandias

Conheci um viajante de uma terra antiga que disse: “Duas imensas pernas de pedra, sem tronco, jazem no deserto. Junto a elas, parcialmente afundado na areia, um rosto despedaçado, com o lábio franzido e enrugado em um sorriso escarnecedor de frio poder, demonstra que o escultor bem intuiu tais paixões, que ainda sobrevivem, estampadas naquelas coisas sem vida, a mão que os forjou e o coração que às alimentou; no pedestal há a seguinte inscricao: ‘meu nome é ozimandias, rei dos reis: olhem para os meus feitos pujantes e desesperem-se!’ nada resta além disso. Ao redor daquela ruina colossal, ilimitada e desnuda, as areias solitárias e planas, espalham-se ao longe” - “Ozimandias”: por Percy Bysshe ShelIey (1817)

O poema acima foi extraído do livro Colapso – Como As Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso de Jared Diamond. Leitura recomendável para se tentar entender como as escolhas de nossos líderes podem levar toda uma sociedade ao fracasso e até a extinção ou ao sucesso.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Similitudes entre os “Arautos do Evangelho” e a Ilha de Páscoa.

Sempre estamos ligados à duas correntes de pensamentos: a do bem ou a do mal. Por instintos animalizados tendemos ser egoístas (praticando o mal) e a medida que vamos estudando e nos aperfeiçoando, tomamos consciência do nosso verdadeiro “eu” e passamos assim, lentamente, a ter pensamentos altruístas (praticando o bem), que são justamente os pensamentos contrários dos pensamentos ou práticas egoístas.

A prática egoísta pode acabar com povos e raças ou com impérios. A história nos dá testemunho disso. Mas muitas vezes não nos damos conta que estamos praticando o mal ou em outras vezes omitimos tais fatos e nem que para isso tenhamos que fazer uma “gambiarra”, como na linguagem bem coloquial de montes claros, ou como costuma dizer meu pai: “passa-se um mel de coruja”.

A Ilha de Páscoa pode ter sido um exemplo de pensamentos e práticas egoístas. A Ilha de Páscoa, é uma ilha da Polinésia oriental localizada no sul do Oceano Pacifico, e está há 3.700 km de distância da costa oeste do Chile. Ela é bem conhecida pelos seus “moais”, estátuas gigantes com estatura entre 5 a 22 metros de altura. Ali havia um povo (antes da chegada dos europeus) que se desenvolveu e cresceu. Mas a derrubada de suas florestas, o desleixo com o meio-ambiente e a falta de ação dos seus líderes, levaram esta sociedade a pura e simples extinção, como bem demonstra Jared Diamond no seu livro: Colapso – Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso.

Parece que nós, motesclarenses, também estamos construindo os nossos “moais” e não importa o nome que a eles venhamos dar. Sim, poderemos chamá-los de “Arautos do Evangelho” com o intuito de tentar ludibriar a nossa sociedade, mas sabemos que o “mel de coruja” tem gosto de fel. Sendo uma associação, é portanto uma Pessoa Jurídica de Direito Privado. E quanto às outras outras sociedades, associações e fundações que também são Pessoa Juridica de Direito Privado e que sejam sem fins lucrativos, poderão também comprar o seu pedacinho de terra no Parque da Sapucaia? E lá construirem também os seus “moais”? Para que fiquem no alto, demonstrando o seu poderio, afinal somos de “utilidade pública”, ainda que tenhamos certa dificuldade em definir que público é este.

Acredito que um dia (se nada for feito para que isso se reverta) haverá historiadores, assim como Jared Diamond, relatando que um dia houve uma sociedade que se orgulhava e se proclamava: "Princesa do Norte" ou "Coração Robusto do Sertão Mineiro" e que seu povo era trabalhador, como um “arraial de formigas localizado às margens de uns Montes Claros”. E que por descuido de uns, por desinformação de outros e ganância de muitos, nada sobrou além dos seus “moais” no meio do deserto.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A "Pedra" no meio do caminho.

“No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho...”

Carlos Drummond de Andrade

Confesso que não sei que pedra era essa e nem o seu tamanho, tão pouco saberei dizer de qual caminho se tratava, mas o nosso conterrâneo mineiro, Carlos Drummond de Andrade, nos deixou um poema que é de muita serventia até nos dias de hoje.

Na minha opinião pessoal esta pedra poderia não ser uma pedra e o caminho também poderia não ser um caminho. Então o que poderia ser? Podem perguntar alguns. Ao meu ver esta pedra poderia ser uma simples palavra ou uma verdade. E este caminho seria o dever a ser cumprido, que é o da retidão, portanto um caminho norteado. E qualquer desvio deste caminho, estaria lá ela, a pedra.

É sabido que os tempos são outros e os que tinham o costume de enganar no passado, já não o podem fazer usando as mesmas táticas antigas. Este jornal montesclaros.com vem demonstrando que ja faz parte destes novos tempos e está sendo considerado o único porta-voz de uma sociedade antes tão sofrida e combalida. Um jornal do povo, feito para o povo e também pelo povo.

Esperamos que os dirigentes e todos os colaboradores deste jornal, possam continuar nesta bela mas árdua tarefa, que é a de representar o povo que não tem voz. E quanto àqueles que não sabem ou não querem cumprir o seu dever de cidadão digno e honrado, que intenta passar por cima das leis para beneficio próprio, fiquem sabendo que agora mais do que nunca, há uma pedra no meio do caminho!

Feliz 2010!