Resposta ao Sr. Dilson, mensagem 68629 - E-mail: dilsondireito@gmail.com
Caro Sr. Dilson, primeiramente gostaria de dizer que se manifestar contra a opinião deste autor, não é atitude de ousadia, muito pelo contrário, é um direito seu e muito bem aceito de nossa parte. Gostaria também de acrescentar que ainda sou jovem ou ao menos me considero assim e que também gosto de festas, shows, boates e que inclusive ainda participo de grandes shows, alguns de grande fama internacional.
Com certeza, acredito que apenas uma pequena parte da população, talvez uns 20% (até menos), se sentem prejudicados, enquanto que os 80% restantes nem são afetados. Desconfiamos também que talvez seja essa a causa de que medidas mais enérgicas ainda não foram tomadas contra esse crime ambiental. O Sr. diz: "É muita ingenuidade considerar que o combate da poluição sonora é unanimidade, porque não é” - disso desconfiamos nós, o que da a entender que a força política está a favor "da grande maioria", maioria esta que não se sente incomodada, não é mesmo?
Mas e quanto aqueles trabalhadores que necessitam dormir para cumprirem com suas obrigações no dia seguinte? Eu acredito que ninguém reclamaria se o sono deles fossem atrapalhados uma vez por ano, por exemplo. Mas e quem tem seu sono perturbado quase que diariamente? Sr. Dilson, você como “acadêmico da Unimontes e sendo só mais um estudante da grande comunidade universitária de Montes Claros” - palavras suas – deveria então procurar a entender as consequências que o distúrbio do sono pode causar em uma pessoa. Informações estas que não será muito difícil de se obter, já que vários profissionais atuam nesta área em Montes Claros, a própria UNIMONTES tem pessoal competente para te fornecer estas informações, aqui mesmo neste mural muita coisa já foi dita e a própria internet tem um acervo inesgotável de informações.
Agora vamos reverter a situação, imaginemos que algum vizinho seu ao ler o que você escreveu aqui, resolva testar sua paciência, ou quem sabe decida até fazer um estudo científico do seu comportamento e passasse todas as noites a colocar músicas altas, a ter conversas até altas horas da madrugada, não perdoando nem mesmo os dias que antecedem os seus exames na UNIMONTES. Como será que seria o seu comportamento depois de um ano? Ou o seu desempenho na universidade?
Você também colocou “creio que deve haver uma conciliação entre o bem estar e o lazer dos jovens da cidade” e nisso estamos de total acordo, não há duvidas quanto a isso. O que preocupa é saber que tem acadêmicos da Unimontes, estudantes da grande comunidade universitária de Montes Claros que não veem problema algum em perturbar a paz e o sossego dos outros, ainda que fosse apenas uma única pessoa prejudicada. Pelo seu e-mail nos dá a entender que é um estudante de direito, certo? Gostaríamos de sugerir então, que procure seu professor para esclarecer estas dúvidas, para que você se forme exercendo da melhor maneira sua profissão. E para finalizar, você diz: “Não podemos achar que a poluição sonora é o cancer de MOntes Claros, porque não é” - já nós vamos além, afirmamos que a poluição sonora é a VERGONHA de Montes Claros, porque o câncer fere o corpo, a vergonha fere a alma, a dignidade do nosso povo.
A democracia desse espaço é surpreendente, já que dá condições a opiniões diversas, de várias correntes, ou de cidadãos que enxergam as questões de direitos e deveres de formas antagônicas. Mas pecam aqueles que insistem em acreditar que os direitos podem ser apenas para alguns em detrimento de outros. Apesar dos maus exemplos que assolam por aí na nossa política, as leis ainda existem para serem cumpridas. O fato de Montes Claros ser um centro universitário, o que gera uma concentração significativa de população jovem, não implica na penalização do restante da população, quando se trata das questões relativas aos eventos e a sua consequente poluição sonora. É sim uma praga urbana, não só de Montes Claros, mas no país inteiro. A "cultura" do barulho assola a sociedade e a omissão ou despreparo das autoridades amplifica literalmente o problema. O que isso tem gerado é um sentido cada vez maior de impunidade.
ResponderExcluirÉ ridículo pensar que grande parte da população que não concorda com esse descontrole, é que tem apoio na legislação em vigor, seja ela municipal, estadual ou federal, deve se sujeitar ao abuso puro e simples. Som alto é sinal de falta de educação, ou falta de amor próprio, já que altos índices de decibéis tem criado uma geração de surdos, pois a perda auditiva parcial ou total é significativa e comprovada por estudos, principalmente entre os profissionais que trabalham com eventos.
Não há desculpe técnica para eventos com sons explosivos que podem ser ouvidos há quilômetros de distância. Qualidade de som é o que basta para o bom evento, seja ele de uma orquestra sinfônica ou de um show de metaleiros. A moderna engenharia acústica já tem soluções para esse controle, além do mercado ter à disposição tecnologia moderna e que atende a todas as necessidades.
Quem paga para ir a um show, se sujeita por livre arbítrio, a sentir o "pancadão" de frente ao sistema de som, pois cada um deve assumir os danos a que se submete. Porém, o cidadão em sua casa ou em área pública fora dos espaços de eventos tem todo o direito ao chamado conforto acústico. Isso é determinado pelo nível de decibéis permitidos por lei de acordo com os períodos do dia ou da noite. A máxima do controle ambiental, seja qual for o impacto (barulho, poluição do ar e outros), é de que, o responsável deve manter o controle, através da redução do volume ou de sistemas de isolamento acústico.
Apesar do empenho no combate à poluição sonora, divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente e Polícia Militar, há um claro descontrole e desrespeito pelas leis. O que é claro e notório, é a falta de rigor dentro do que a lei possibilita, principalmente em relação à poluição provocada pelos espaços de eventos (muitos clandestinos), e as famigeradas "usinas de som" - carros equipados com poderosos equipamentos e que desfilam, a grande maioria, ainda impunes pela cidade e até na outrora tranquila zona rural. A legislação dá amplo amparo à Polícia Militar de Trânsito ou a MCtrans, órgãos de fiscalização, para a autuação dos veículos, incluindo multa com perda de pontos na carteira, apreensão do veículo ou equipamentos.
Um bom exemplo, quer dizer, mau exemplo dessa situação, é o já batido e tradicional “triângulo da impunidade”, localizado na Avenida Esteves Rodrigues, próximo ao velório da Santa Casa de Misericórdia. O apelido dado pela vizinhança incomodada parece que realmente corresponde à verdade, principalmente durante as madrugadas no estacionamento de um posto de combustível localizado na avenida. Virou realmente ponto do barulho. A moçada se reúne voltando das festas, alguns já bastante “altos” e em completa algazarra junto com os sons turbinados dos veículos, cada um tentando ser “melhor” que o outro na quantidade de barulho.
É preciso que sejam tomadas medidas concretas, que possam ser exemplares para os demais. Nesse caso e em dezenas de outros, o que está em jogo é o respeito e a credibilidade do sistema lega, com suas leis, gestores e autoridades constituídas.
Eduardo,
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e belo exemplo de civilidade, estou em comum acordo com tudo o que disse aqui e esperamos que juntando forças possamos quem sabe, se não acabar ao menos diminuir tamanho absurdo que vem ocorrendo em nossa cidade.
Apareça sempre que puder,
Marden